quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O DILEMA DA VERDADE!

É muito interessante como as pessoas primam em viver abraçados com aquilo que não vai de encontro ao que desvela a sua mais real silueta interna.
Não se é impulsionado para viver um desejo de mostrar o âmago das coisas, e digo aqui, coisas reais, por exemplo: o próprio homem.
Vai se vivendo mascarrando o seu verdadeiro eu e apropriando-se de uma falsa realidade que é uma deturpação do sentido único do próprio ser humano que é a contemplação da verdade e a vivência da mesma.
Falseamento é na verdade uma constante na vida do homem, haja vista que não ser você mesmo é aplausível enquanto que demonstrar a verdade de si é algo desprezível.
Neste ponto as coisas irão ajudá-lo a se encasular num invólucro de mentiras e armações porque a mentira tem suas cobranças para que perdure por algum tempo no coração e na vida do homem.

A verdade esta no mundo a muito tempo e ninguém ainda não se atentou para prová-la. É bem certeza que ela na se encontra nas esquinas oferecidas como bombons de R$: 0,10 centavos, tem seu preço; mas quem quer pagá-la?
Viver buscado o real e verdadeiro sentido do existir passa por uma reflexão muito forte que impulsiona o ser a uma qualidade de vida transformadora.
A verdade ainda é sim a resposta para a transformação do coração do homem e de toda a humanidade; bem como a resposta para a vivência de uma felicidade duradoura.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

HERÓI ou OTÁRIO?

Há alguns meses, surpreendi-me com uma afirmação da médica e escritora Ana Beatriz Barbosa Silva: O herói de ontem tornou-se o otário de hoje. Algo fez um “clic” dentro de mim, certa de que ela havia expressado algo que muitos percebem e poucos conseguem descrever. Onde estão os heróis? Onde os homens e mulheres cheios de virtudes e coragem? Onde os que dão a própria vida para salvar outros? Bem, aqui e ali se vê algum, exaltado pelo telejornal em um “ato humanitário”,mas a maioria, mesmo, aqueles que vivem o dia a dia longe das câmeras, esses são conhecidos como otários.
Se alguém ouve um grito de “socorro”, logo se encolhe, ou se joga no chão com medo de bala perdida. Um ou outro mais corajoso, esconde-se atrás da porta e liga para a polícia do celular. Socorrer, porém, quase ninguém socorre.
Presencia assalto na rua? Ah! Agora, sim, se faz algo como antigamente: correr o mais rápido possível. Só que, antigamente, se corria para ajudar a vítima, agora, corre-se para o lado oposto. Ou alguém vai ser otário de se meter entre o ladrão e a vítima? Nem pensar! Gritar “pega ladrão”? Só se for muito otário! Agarrar o braço do cara que está com a mão dentro da bolsa da senhora que se equilibra no ônibus? Otário!
E socorrer alguém que foi atropelado, assaltado, jogado no asfalto? Nem pensar! Pode ser um truque para pegar um otário que pare para socorrer. Dar carona? Pensa que sou otário? Mas, e se for uma carona para uma senhora idosa que está se arrastando em direção ao posto de saúde? Mas, que pergunta! Só um otário faria isso. Não vê que é truque para pegar alguma mente muito embotada? E se for um carro acidentado com alguém ensangüentado fazendo sinal no acostamento da estrada? Truque, otário. É ketchup e assalto na certa.
Certo dia, um homem foi assaltado e deixado ferido no meio da estrada. Passaram por ele um sacerdote e um levita, apressados para chegar à oração, e não foram otários. Não pararam para socorrê-lo. Afinal, heroísmo tem hora. Quem mandou ser assaltado e ferido logo ali na passagem deles?
Depois dos dois “homens de Deus”, passou um antipatizado por todos. Era estrangeiro e nem conhecia o lugar direito. Não conseguiria, porém, deixar aquele ferido sem socorro. Colocou-o em seu transporte, cuidou das feridas e ainda arranjou quem cuidasse dele até sua volta da viagem interrompida. Havia perdido um tempo enorme com aquele bagaço de homem, mas não se considerou otário. Aliás, nem otário nem herói. Apenas fez o que gostariam que fizessem com ele.
Uma noite, após um acidente, vi-me na estrada, com dois irmãos ensangüentados junto a mim e, logo atrás, um boi que havia “voado” quando pego por nosso carro. Era muito óbvio que havíamos tido um acidente. Eu e o rapaz, acenávamos para cada carro que passava, tentando conseguir ajuda para sua esposa, sangrando, encostada ao carro. Ninguém parou.
Não sei se você sabe o que isso significa, mas eu sei. Já fui o ferido a pedir socorro na estrada.
O segredo certamente é este: fazer aos outros o que gostaria que fosse feito a você caso estivesse na mesma situação. Ser um irmão, não um desconhecido, uma máscara na multidão. O herói é irmão, tem nome, endereço, coração, solidariedade, compaixão. O otário é... bem, um otário, mesmo. Um egoísta, individualista, sem nome, sem endereço, sem coração, indiferente ao sofrimento do outro.
O otário está pronto para assistir, impávido, o outro morrer, desde que salve sua pele. Enche-se de uma covardia bem conhecida, que vem do egoísmo. O herói está disposto a arriscar a própria vida para ajudar o outro. Enche-se de uma coragem desconhecida, que vem do amor. Essa é a definição correta, evangélica, verdadeira do herói. Foi isso o que Jesus fez, por amor. Infelizmente, foi isso o que esquecemos, a tal ponto que cometemos o lamentável engano de classificar como otário quem, na mentalidade do Evangelho, é herói.

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por Emmir Nogueira, Co-Fundadora da Comunidade Shalom *

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