Os atos de violência, como são os assaltos, estupros e os seqüestros relâmpagos têm um poder nefasto no equilíbrio mental das vítimas; existem autores que os comparam à uma espécie de câncer da mente.Quando pessoas são atingidas por estes atos, elas geralmente vivenciam uma situação conflituosa de perder a confiança e a segurança naquilo que faziam,desenvolvem uma insegurança e um medo exacerbado de continuar produzindo, trabalhando e ao mesmo tempo de viver situações de prazer que faziam parte do seu cotidiano.Imagine o que representa para os pais a ida de um filho (a) para uma boate depois daquela onda de violência e brutalidade que todos assistimos?Imagine as famílias que perderam ou quase perderam seus filhos em episódios semelhantes?
Para muitos essa violência é fruto do desemprego,das diferenças sociais,dos preferimentos e dos preterimentos sociais,para outros ela é fruto da impunidade proporcionada pelas ingerências políticas,pelos apadrinhamentos políticos que protegem seus afilhados de receberem a penalização devida;alguns atribuem apenas fatores biológicos à gênese destes absurdos sociais.Mas afinal, o que explicaria o fenômeno nefasto da violência urbana?
Será que, se somando a tudo que foi apresentado não encontraremos a célula tronco de toda esta calamidade.A desesperança.
Vivemos num país que não valoriza a honestidade, a dignidade e a integridade.O brasileiro sofre a cada dia para sobreviver ao desemprego, aos altos impostos, aos baixos salários e cotidianamente se submete a trabalhar quando encontra e quando têm saúde para isto, os três horários para poder pelo menos sobreviver nesta ciranda cruel de tanto esforço e pouca condição de vida.A meu ver todos que realmente trabalham no Brasil sofrem desta angústia e deste temor.Por outro lado suportam as injustiças de um país que não teve coragem de submeter à votação uma lei que taxe as grandes fortunas, mas que submete aos que tentam produzir elevados obstáculos tarifários; não vemos ser cobrado quem enriquece da noite para o dia,a publicidade nos excita diariamente ao consumo de coisas impossíveis para um salário tão pobre; a ostentação de bens de valores por sua vez atrai a cobiça e a inveja de mentes que não aceitam a impossibilidade financeira de não ter aquele bem.
Devemos entender a violência urbana como proveniente de inúmeros fatores, como: biológicos, culturais, psicológicos e financeiros, mas a segurança pública é da nossa responsabilidade, ela se fará a medida que escolhermos bem nossos representantes,que nos conscientizemos do valor de nosso voto,da conscientização de que muitos que depositamos nossa confiança não tem estrutura para ser poder,não possue, muitas vezes um equilíbrio moral para exercer determinado poder,existem pessoas,até mesmo vizinhos nossos que muito nos divertem numa mesa de bar,numa festa,mas que seria uma catástrofe dar a ela o poder de decidir por nós e para nós.
A violência urbana só vai ser combatida de forma eficaz, se escolhermos bem aqueles que exercerão poder de mudar verdadeiramente a realidade política e financeira do nosso país.Reflita, sobre suas escolhas, e pense que o extremo da violência é o caos e isto é algo que atingirá todos nós, sem que tenhamos como hoje a chance de reverter progressivamente esta cruel e perversa realidade que vivemos. Diga não a impunidade, venha de onde vier; atinja quem tiver que atingir, puna quem tiver que punir.
Franklin Barbosa Bezerra – Psicanalista e Professor/Supervisor da Pós-graduação em Psicologia Jurídica do CESMAC, Supervisor da Clinica/Escola do CESMAC. .
Nenhum comentário:
Postar um comentário