Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz. (Platão)
É incrível como este pensamento de Platão tem uma fundamentação muito consistente. Ele trata do ser humano presente num estado de completa ignorância por desejo próprio.
Estar na luz é uma realidade bastante indesejada pelos homens, haja vista que a luminosidade é capaz de revelar tudo aquilo que há tanto o homem tem corrido com medo: ele mesmo.
O homem tem medo de perceber-se; o homem tem medo de desnudar-se; o homem tem medo de revelar-se, ou seja, o homem te medo dele mesmo.
Eles se fecham em grandes condomínios de luxo à procura de uma segurança externa, sendo que há uma necessidade que se faz escancarada e o não óbvio é sempre sanado; os muros cercam o jardim, mas o contato com o externo é feito pelo ar, pela água, pela terra, etc.
De que vale tudo isso, se só aumenta o dessespero interno e a sandice e a loucura atormentam e chamam para um chá das 5 horas?
A obscuridade é capaz de destruir casas bem construídas e taperas de papelões.
A luz traz segurança para quem vageia pela noite à procura de uma consolo, à procura de uma certeza. Ela é capaz de fazer você dormir e acordar certo de onde esta porque você viu onde dormiu.
Diferentemente do mito da caverna, que os que estavam dentro viviam ignorantes à luz que adentrava o recinto, o homem vive um inverso absurdo, hoje em dia o escuro tem um atrativo grandioso, é encantador.
O escuro é convidativo e também traiçoeiro. Só nele todo mundo é de todo mundo e ninguém é de ninguém.
O homem nasceu da grande luz, que é Deus!
Ele foi feito pela luz, com a luz e para luz; e a dúvida do seu coração será uma inexistência quando ele voltar para Deus a grande luz que tudo conduz.
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